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Nome
FIBRONECTINA
Palavra-chave
FIBRONECTINA
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O parto prematuro é o principal problema e desafio obstétrico atual nos países desenvolvidos. Existe uma clara associação entre o risco de sequelas no recém-nascido e a idade gestacional do nascimento. Quanto menor a idade gestacional do parto maior a morbi-mortalidade perinatal. Aproximadamente 75% dos óbitos perinatais e mais de 50% das sequelas de longo prazo estão relacionados aos partos prematuros. Apesar da sobrevida neonatal ser alta, à custa do desenvolvimento da assistência neonatal, os recém-nascidos prematuros têm risco elevado de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, complicações respiratórias e gastrointestinais, entre outras.
Do total de partos prematuros aproximadamente 45% são secundários a prematuridade espontânea, 30% em decorrência da prematuridade eletiva (indicação materna ou fetal para nascimento) e 25% por rotura prematura das membranas ovulares. Apesar de melhoria no acesso ao pré-natal e na assistência pré-natal, maior conhecimento sobre os fatores de risco e a fisiopatologia da prematuridade, mesmo em países desenvolvidos não tem sido observada redução nas taxas de partos prematuros. Nos Estados Unidos, a incidência desses partos aumentou de 9,5% em 1981 para 12,7% em 2007. Na Europa, a incidência está em torno de 8-9%; no Brasil, em 7%.
Os métodos mais tradicionais em identificar as gestantes de risco para o parto prematuro baseados na história obstétrica, em dados demográficos e em sintomas premonitórios não apresentam boa sensibilidade. Apenas 50% ou menos das gestantes que evoluem com parto prematuro apresentam alguma fator de risco identificável pela anamnese ou exame físico.
Diversos métodos bioquímicos, físicos e infecciosos foram desenvolvidos na intenção de ajudar na predição do parto prematuro, no entanto são a fibronectina fetal e a avaliação ultrassonográfica transvaginal do colo uterino que apresentam melhor acurácia e mais facilidade na aplicação clínica.
A fibronectina é uma glicoproteína de alto peso molecular encontrada na matriz extracelular e no plasma. Já a fibronectina fetal (fFN) é encontrada na interface materno-fetal e tem função adesiva. É liberada na secreção vaginal quando ocorre qualquer processo de agressão/lesão na matriz extracelular da interface decidual-coriônica e por isso está associada ao parto prematuro. É normalmente encontrada na secreção vaginal nas primeiras 22 semanas de gestação e após a 36ª semana gestacional.
A fibronectina fetal é aplicada basicamente em dois grupos de gestantes:
a) Gestantes sintomáticas, com queixas de contrações uterinas;
b) Gestantes assintomáticas, mas de alto risco para prematuridade (antecedente de parto prematuro espontâneo e gestação gemelar).
Coleta
A coleta da fibronectina fetal deve ser realizada em gestante apenas nas seguintes condições:
Idade gestacional entre 22 e 36 semanas
Bolsa íntegra
Dilatação cervical 3,0cm
Ausência de sangramento genital
Ausência de relação sexual nas últimas 24 horas
As amostras são coletadas no fundo de saco de Douglas com auxílio do espéculo vaginal e do kit próprio para o exame. É importante não realizar toque vaginal, coleta de esfregaços vaginais e uso de lubrificantes vaginais antes da coleta do exame, uma vez que esses recursos aumentam as taxas de falso positivo ou negativo.